terça-feira, 8 de março de 2016

Flores pra quê?




Hoje é dia 8 de março, dia internacional da mulher. Desde as primeiras horas do dia, recebi inúmeras rosas virtuais, mensagens lindas enaltecendo a beleza da mulher, a delicadeza, o encanto e algumas até nos chamando de guerreiras, fortes, etc. Recebi bombons virtuais, pétalas de rosas com uma bela mensagem e um buquê, digno de photoshop!

Muito bem, tudo muito lindo, mas eu pergunto: Flores pra quê?

Pra que enviar flores nesse dia se, logo pela manhã aquela esposa não foi lembrada, mas quando o marido levantou o café já estava pronto na mesa, preparado por ela que ainda precisava se arrumar pra ir pro seu trabalho?

Flores pra que se a mãe já estava com tudo arrumado pra enviar seus filhos pra escola, muito antes deles saírem da cama?

Flores pra que se a mulher, que estava respeitando as leis de trânsito, viu um babaca ensandecido cortar-lhe pela direita e vociferar um “tinha que ser mulher mesmo”, colocando outras vidas em risco por conta de sua estupidez diária?

Flores pra que, se a moça ouviu frases ridículas de assédio sexual durante seu percurso e um “ai se eu te pego”, como se ela fosse um objeto qualquer?

Flores pra que, se ela ainda teve de aturar imbecis no transporte coletivo, encoxando e fazendo insinuações nojentas?

Flores pra que, se ela foi chamada de vagabunda por conta de uma saia mais curta ou um decote um pouco mais ousado?

Flores pra que se, ao chegar à empresa, foi chamada a atenção porque faltava a maquiagem na cara e um salto estúpido em seus pés?

Flores pra que, se ela ouviu da polícia: “e o que foi que você fez pra ter sido estuprada”?

Flores pra que, se ainda dizem que a mulher lésbica precisa mesmo é de um macho pra que volte a ser mulher (sic)?

Flores pra que, se as amigas que sentam em um bar pra tomar um drink e jogar conversa fora ainda são vistas como alguém que está procurando homem?

Flores pra que, se uma multidão se junta para mandar a mulher, idosa e presidentA da república tomar no c*, ou chama-la de vaca, puta e vagabunda?

Flores pra que, se ainda espancam homossexuais, por sua orientação sexual?

Flores pra que, se o colega de trabalho, faz bem menos que ela, tem apenas uma jornada e abusa de sua condição, se ela não tem o mesmo salário que ele, justamente por ser mulher e não ter equidade de gênero na empresa?

Flores pra que, se não posso andar sozinha na rua porque tenho medo de ser atacada por homens?

Flores pra que, se tenho medo de entrar num táxi sozinha, pois temo que o condutor possa me violentar?

Flores pra que, se os brinquedos das meninas são sempre aqueles que as colocam em condição de donas de casa e mães de família?

Flores pra que, se a mulher engravida e é abandonada e ainda acusada de não ter tomado a pílula, quando a obrigação dos cuidados é de ambos?

Flores pra que, se a mulher sequer pode escolher não se casar, criar seu filho sem pai ou não ser mãe, que logo é taxada de sapatão, puta ou frustrada?

Flores pra que, se um certo candidato ao próximo pleito presidencial diz que as empresas não deveriam contratar mulheres porque elas podem engravidar e, pra meu desespero, ele é o candidato preferido no universo feminino?

Flores pra que, se até neste dia, uma mulher sofre algum tipo de violência a cada 12 segundos?

Flores pra que, se no resultado positivo de um teste de gravidez, o pai espera ansioso pra que seja um menino e se frustra – ou até culpa a mulher por isso – se é uma menina?

Flores pra que, se ainda tem quem julgue uma mulher por ela usar batom e esmalte vermelhos?

Flores pra que, se neste dia, não só flores, muitas mulheres também aguentaram cantadas nojentas no seu ambiente de trabalho.

Flores pra que, se a mulher que apanha do seu marido, sozinha e amedrontada, ainda ouve um “apanha porque gosta... por que ainda abre as pernas pro cara?” (sic)?

Flores pra que, se criam suas meninas para serem submissas e os meninos para mandarem?

Flores pra que, se numa situação profissional ela é julgada de qualquer forma: se não recebe promoção é porque é mulherzinha demais e não se enquadra no perfil do cargo, mas se consegue a promoção, é porque foi pra cama com o cara certo?

Flores pra que, se quando a garota diz não ao ser “escolhida” (sic), ela deixa de ser gata e vira vagabunda, puta ou vadia no mesmo instante?

Flores pra que, se quando um casal vai transar, ele se recusa a usar a camisinha e diz que ela tem de tomar pílula?

Flores pra que, se ela e ele têm um relacionamento, mas ele é casado e ficou com a fama de fodão, enquanto ela é a puta da relação?

Flores pra que, se o casamento deles acabou porque ele a traiu e ela ficou com a fama de “não soube segurar o homem, por isso ele arrumou coisa melhor na rua” (sic)?

Flores pra que, se quando um cara tenta seduzir uma garota num bar e, logo em seguida seu namorado/pai/amigo/marido se aproximam, é pra ele e não pra ela que o sujeito pede desculpas?

Flores pra que, se a mulher precisou de uma lei que permita que ela amamente seu filho em público, pois até isso os homens estavam querendo restringir?

Flores pra que, se na maternidade, além de não darem a mulher o direito de escolher seu próprio parto, ainda a maltratam quando ela sente dor dizendo “na hora de virar os olhinhos não gritou de dor, né?” (sic)?

Flores pra que, se amanhã todo o machismo volta e ninguém nem vai se lembrar das flores que ofereceu no dia de hoje?

Flores pra que, se muitos – e muitas! – lerão isso tudo e ficarão indignados e tentarão desqualificar meu texto, mesmo sabendo que no fundo, se viram em muitas situações como as descritas nele?

Flores pra que se, mesmo com toda a tentativa de extirpar essa doença chamada machismo, tenho de reconhecer que há muita mulher machista e colocando ainda mais filhos machistas no mundo?

Flores pra quê? Se não há o menor respeito, não há porque parabenizar ou enviar flores.

Não, eu não quero flores. Enquanto essa doença chamada machismo não for dizimada, não aceito flores, bombons ou parabéns. O que eu quero é respeito e mais adeptos na luta que é de todas nós.

No dia em que a sociedade vencer o machismo, aí sim podemos comemorar o dia de hoje, com flores, bombons, maquiagens, almoços ou jantares, com surpresas virtuais ou reais ou como quiserem, pois mostrará que a luta não foi em vão!

Flávia Fernandes
08/03/2016

domingo, 5 de maio de 2013



Irmãos encarnados, rezem, rezem muito. Não percam a vossa fé, creiam no nosso Pai Celestial, creiam no nosso grande Governador e Mestre Jesus e creiam no amparo que nossa mãe Maria envia a todos vós.

O momento necessita de muita luz, de muita fé e de união. Enquanto tiveres fé, terás a luz próxima e o amparo espiritual que a espiritualidade envia, mas que só percebe, aqueles que têm fé e que rezam.

Confiem no poder da prece, percebam as palavras das orações, meditem e se orientem pelas lições do Mestre.

Rezem meus irmãos, rezem muito, pois a prece é o remédio da alma.

Que a luz do mais alto recaia sobre todos vós.

Que assim seja!

Tito




Psicografado por mim e ditado pelo irmão espiritual, Tito
Segunda-feira, 29 de abril de 2013, no C.E. Santuário da Paz

Gratidão



Amigos, obrigado!

Estava perdido, vagando sem rumo e precisando de ajuda.
Já estava desesperado e não sabia mais o que fazer. Procurava as pessoas e ninguém me via ou ouvia, mas aí eu encontrei a porta desta casa aberta e gentilmente fui convidado a entrar, por um rapaz muito iluminado e educado. Ao adentrar essa porta, muito mais que uma ajuda, encontrei aqui pessoas educadas e amorosas, dispostas a me auxiliar e me senti acolhido.

Essa luz que vem do alto, que ilumina essa mesa e esses seres de luz, esses irmãos que sorriem e que oferecem esse remédio que alivia as dores do coração e da alma.

Por isso, quero agradecer ao bom Deus, por essa oportunidade maravilhosa, de me mostrar a porta aberta e os irmãos que nos acolhem a todos.

Que Deus abençoe os irmãos que aqui trabalham, esses amigos que nos dão abrigo e a esse hospital que trata dos nossos espíritos.

Obrigado pela oportunidade bendita de terem me ajudado, não só nas minhas angústias e desespero, mas por ter encontrado a minha paz, nessa casa, que pratica a mais bela caridade, ensinada pelo Cristo.

Deus abençoe aos irmãos desta casa, encarnados e desencarnados e deste hospital que nos abriga e auxilia.

Um abraço fraterno a todos, desse irmão agradecido,

Rogério



Psicografado por mim e ditado pelo irmão espiritual, Rogério
Segunda-feira, 29 de abril de 2013, no C.E. Santuário da Paz

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

George


Foi muito difícil naquele dia. Era dia de festa na corte. Todos estavam felizes. Muita alegria, música, dança, muita fartura de comida e bebida.

Eu era parte da guarda. O rei confiava em mim. Ganháramos muitas batalhas juntos e todos estávamos sendo condecorados.

De repente algo aconteceu. Fui traído. Mentiras e injúrias à meu respeito e eu não tive nem como me defender, não me deram a chance de provar minha inocência.

O rei, que me tinha como amigo, acreditou no outro e não em mim. Não tive a oportunidade nem de falar.

A festa acabou. Fui preso, humilhado e condenado à morte.

No dia seguinte, em praça pública, diante de todo o povoado, lá estava eu indo pra guilhotina.

Em segundos eu presenciava uma cena triste: meu corpo de um lado, cabeça de outro. Eu via tudo, sentia náusea e não acreditava como era possível estar de lado e vendo tudo.

Observei os rostos e me deparei com alguns sorrindo. Os mesmos que me traíram. Vi minha mãe sofrendo e pude sentir sua dor, sua revolta. Vi quando riram dela e a expulsaram do local, desrespeitando sua dor.

Senti revolta. Não entendia como era possível estar ali e presenciar aquilo tudo. Quis lutar mas não consegui. Prometi vingança. Jurei que aniquilaria um a um, todos aqueles que me traíram e que se divertiam naquele instante.

Obtive sucesso com algumas vinganças, mas não me sentia feliz. Queria mais. Juntei-me a outros que podiam me ver. Elaboramos planos pra que pudéssemos nos vingar de todos os que nos prejudicaram.

Só havia ódio e rancor em meu coração e meu único objetivo era a vingança. Estava cego, cheio de cólera e muito revoltado. Fiz de tudo para prejudicar aquele que eu considerava amigo; aquele rei que era injusto e todos os invejosos que não aceitavam a confiança e amizade que um dia houve.

Certa vez, porém, quando vi minha mãe sofrendo, pedindo a Deus que a ajudasse a suportar a dor, que me recebesse com amor e que me auxiliasse, chorei e pedi perdão com sinceridade. Ainda queria me vingar, mas não suportava o sofrimento de minha mãe.

Afastei-me por um tempo daqueles que me incentivavam a colocar meus planos em prática. Estava desesperado. Havia anos que meu único objetivo era só a vingança.

Observava as preces da minha mãe e compreendia que o perdão era preciso pra que o sofrimento acabasse.

Depois de muito chorar e sofrer, percebi que havia um amigo me observando. Sentia confiança naquela pessoa, mas tinha receio. Ainda me lembrava da traição.

Ele esteve comigo por muito tempo, até que no dia em que me senti verdadeiramente cansado, entregue ao desespero, ele me ajudou.

Resgatou-me de meus próprios sentimentos e me levou pra um lugar onde só recebi compreensão e amor.

Demorei muito para entender o que houve comigo. Jamais imaginei que o fim da vida física não era o fim de tudo, mas compreendi que deixar de sofrer só dependia de mim mesmo.

Tenho minha mãezinha ao meu lado e sou agradecido por suas preces, que me ajudaram a compreender que o perdão é a ponte que nos leva para perto de Deus.

Hoje me sinto limpo. A ferida em volta do pescoço está fechada, mas principalmente, a do coração, já não existe mais.

Estou em paz e quero ajudar aqueles que sentem ódio, a só sentir amor.


Psicografado por mim e ditado pelo irmão espiritual, George

Segunda-feira, 05 de dezembro de 2011, no C.E. Santuário da Paz