sábado, 18 de julho de 2009

Uma agradável sexta-feira

por Flávia Fernandes


Passava um pouco das nove da manhã quando o telefone tocou. Era minha mãe, me convidando pra passar o dia com ela. Normalmente isso não seria possível, mas como estou de férias – ainda que forçadas – esse convite veio bem a calhar e eu aceitei prontamente.

Estava uma manhã muito agradável. Apesar do inverno, o sol ainda tímido dava sinais de que o dia seria quente, excelente pra um bom passeio.

Algumas pessoas caminhavam apressadas pelas ruas, transitando quase como robôs, sem perceberem nada à sua volta, deixando de notar os raios de sol que iluminavam a manhã, alguns pássaros em cima de galhos das árvores e até de alguns idosos que caminhavam tranqüilamente enquanto o sol ainda não ardia.

Tomamos um café juntas e nos preparamos para bater pernas pelas ruas da região central da cidade. Praticamente uma aventura!

Minha mãe é artista plástica e estava precisando fazer compras para a produção de novas peças e como eu estou de bobeira em casa, acabamos fazendo companhia uma à outra e pra mim, foi fascinante!

Sei o quanto é difícil pra ela, entrar no meu mundo nerd, cheio de expressões diferentes, cheio de novidades tecnológicas e tudo o mais, porém, penetrar pelo mundo dela é bem mais fácil e, garanto, muito mais agradável também.

Chegamos à primeira loja e já me encantei de imediato: um belíssimo quadro retratando a beleza e simplicidade de São Francisco de Assis. Lindo!

Por todos os cantos, telas prontas, telas brancas, molduras diversas, tintas, pincéis e livros!!! Livros, que maravilha!

Observando todas aquelas obras lindas, vejo-os contando sobre a vida de Monet, de Michelangelo, de Van Gogh, de da Vinci. Meus olhos percorriam as capas, vidrados em tudo o que viam. Minha vontade era de comprar todos.

Minha mãe me lembrou que ainda havia outras lojas a percorrer e que aquela era só a primeira de muitas, portanto, eu me apressasse, mas eu estava ali apenas para lhe fazer companhia.

Numa outra loja, um quadro imenso na parede, retratando a noite de garoa em uma rua central, talvez na década de 20, com as pessoas transitando entre os trilhos dos bondes e as casas com as janelas fechadas. A escuridão do céu demonstrava que o dia havia sido chuvoso, porém a iluminação do chão e dos guarda-chuvas anunciava que o horário ainda não estava tão avançado.

Nas outras lojas, meu fascínio aumentava mais, observando novas obras cada vez mais lindas. Belíssimos quadros, com as mais variadas expressões, diferentes estilos, mas todos retratando o melhor dos sentimentos daqueles pintores anônimos.

Pincéis de cerdas macias, tintas de diversas cores, técnicas pra cada tipo de arte, molduras que transformam telas simples em magníficos quadros e eu, cada vez mais encantada com o que via e pensando no por que não tenho esse dom?

Certo, cada um no seu quadrado. Não sou boa com tintas e pincéis, mas me viro na escrita e no raciocínio mais rápido. Mas bem que poderia ter um lado criativo, né? Ainda que só pra usar como terapia!

Após percorrermos todas as lojas e a missão das compras, finalmente cumprida, convidei-a pra almoçarmos no mesmo restaurante onde costumava ir todos os dias.

Encontrei por lá meus antigos colegas de trabalho e foi um reencontro muito bacana e as surpresas não pararam por aí! Ainda recebi um telefonema de uma amiga querida e que há algum tempo não nos falávamos, só pra saber notícias.

O dia ia se acabando e coisas boas continuavam acontecendo e por fim, este texto pra poder dividir com meus amigos.

Foi um dia e tanto e tive a felicidade de ter por companhia a figura doce e amiga da minha mãe. E não poderia ter sido melhor; não poderia ter tido companhia melhor!

Deus permita que muitos outros dias como esse aconteçam em minha vida e desejo que todos os filhos possam compartilhar dias e momentos tão agradáveis ao lado das pessoas que mais os amam na vida. Altamente recomendável!!

4 comentários:

Ana Cristina Nadruz disse...

A mãe da Flávia é uma pessaoa ativa, animada e empolgada com o que faz. Tem o dom dos criativos: a esperança, que tão bem ela sabe transformar em belos objetos.Eu a conheci há algumas semanas, cercada de papéis, decalques, colas, tintas e filhos!!!Estava apaixonada pelo que ainda iria produzir. Artista, fato!

Flávia disse...

Cris, apesar do pouco tempo em que esteve com ela, conseguiu descrevê-la tão bem!
Além disso tudo que vc mencionou, ainda tem o fato dela ter o dom de transformar a vida em arte e o melhor disso tudo: dela ser minha mãe!
Obrigada pelo comentário carinhoso.
Beijo

Carla Almeida disse...

Fro, último post em 18 julho faz muito tempo. Precisa escrever mais vezes pra gente se deliciar com essa ótima leitura. Bjão.

Flávia disse...

É Frô, os últimos acontecimentos me deixaram meio sem assunto... o marasmo andou tomando conta, mas vou voltar a postar. Fica tranqüila que agora as coisas voltaram a ficar bem!! \o/\o/
Beijos e não vai demorar pra vc ver outro texto por aqui! =D